As Sagradas Escrituras mostram claramente a Igreja, comparando-a a um barco na qual Jesus Cristo está sempre presente, mesmo que às vezes pareça estar adormecido. Esta concepção está presente em Mt 8, 23-27, que diz claramente que Jesus está pronto para ajudar-nos em qualquer situação. O barco atravessa o oceano, e enfrenta calmarias e tempestades, sempre amparado pelo próprio Jesus, seguindo seu rumo e não sabendo quando chegará ao porto.
A Igreja foi edificada sobre o firmamento dos apóstolos, e eles (e mais ninguém) foram enviados para desalienar a humanidade (Mt 10), recebendo toda a autoridade de Jesus Cristo. Dirigida por seus legítimos sucessores através do sacramento da Ordem, a Igreja vem rompendo os séculos, passando por muitas turbulências, porém sempre amparada pelo próprio Jesus.
A Igreja se manifestou publicamente pela primeira vez no dia de Pentecostes, quando tomados pelo Espírito Santo, os apóstolos puseram-se a pregar as multidões. Se observarmos a passagem bíblica, veremos que no dia de Pentecostes os discípulos estavam reunidos, com Maria a Mãe de Jesus e mais alguns homens e mulheres, quando inesperadamente veio um vento forte dos céus e o Espírito Santo repousou sobre todos. E é a partir daí, impulsionados pelo paráclito prometido por Jesus Cristo que os discípulos se põem a pregar, que a Igreja se manifesta perante as pessoas. Pedro foi o primeiro a levantar e a pregar (At 2, 14) levando muitos a conversão e ao batismo. A partir de então a Igreja passa a atuar publicamente pelas mãos dos apóstolos, estes que foram impulsionados pelo poder do Espírito Santo, que é um com o Pai e o Filho. A partir de At. 2, 42, pode-se observar o primeiro retrato de comunidade, onde as pessoas viviam em prol de um bem comum, na partilha e oração, sempre sob a orientação dos apóstolos. Muitos milagres e prodígios eram realizados pelas mãos dos apóstolos, pelo nome de Jesus (At 3, 6-8; 9, 40-42). Eles eram inspirados e realizavam grandes pregações que levavam cada vez mais pessoas a aderirem a féem Jesus Cristo, e mesmo diante de grandes dificuldades não desistiam jamais de pregar a Boa nova de Jesus. Com o aumento de fiéis, os discípulos escolheram sete homens (At 6, 3) para cuidar exclusivamente da pregação da palavra, enquanto os outros cuidavam dos outros afazeres.
Surgiam dentre os fiéis, grandes discípulos que pregavam a palavra e realizavam numerosos prodígios, como Estevão, que cheio de graça e poder, fazia grandes prodígios e sinais entre o povo (At 6, 8). Por ser um grande pregador despertou a ira de muitos poderosos da época, que acabaram por apedrejá-lo publicamente, mas ainda assim Estevão não perdeu a fé e clamou a Deus que perdoasse seus algozes (At 7, 60). O manto de Estevão foi deixado aos pés de um jovem chamado Saulo.
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