Testifico que, embora existam males físicos incuráveis, todas as enfermidades espirituais têm cura devido à expiação de Jesus Cristo.
Logo aprendi, que o processo definitivo da cura de um corpo ferido ou enfermo já foi suprido pelo Pai Celestial. Também aprendi que a atitude do paciente tem muito a ver com a cura. As pessoas que confiam no Pai Celestial e exercitam a fé no poder do sacerdócio, geralmente têm uma recuperação mais rápida.
Testemunhei milagres! Muitas vezes, quando meu treinamento médico sugeria um prognóstico sombrio, vi pessoas recuperarem-se totalmente. Também observei outras que confiavam no Senhor e tinham fé, tendo buscado bênçãos por meio de suas orações, mas que não receberam a resposta que elas ou seus entes amados desejavam.
Mesmo quando a pessoa confia na fé que tem no Senhor para receber bênçãos, se a hora de sua morte tiver chegado ela não terá a saúde restaurada. Na verdade, a “morte [deve passar] sobre todos os homens para que seja cumprido o plano misericordioso do grande Criador”.
Minha designação agora é assistir pessoas que pecaram seriamente, a fim de que se arrependam e lhes seja restituído o direito à plena associação no evangelho, seguindo uma “receita” fornecida pelo Senhor. Nesta designação tenho presenciado muita tristeza, remorso, dor e sofrimento, porque as pessoas transgrediram leis dadas pelo Pai Celestial para nossa felicidade. Também presenciei famílias sofrendo muito por causa da transgressão de um de seus membros. Tenho testemunhado repetidamente aquilo que todos nós já devíamos saber—que não há felicidade no pecado.
O único que pode realizar a cura de uma alma enferma é o Grande Médico, nosso Pai Celestial, por intermédio de Seu Filho, Jesus Cristo. Jesus prometeu ao que se achegar a Ele com o coração totalmente sincero e arrepender-se.
A Igreja não pode curar; os líderes do sacerdócio não curam; somente um Deus onipotente realiza o milagre da cura espiritual. Gostaria de falar sobre o que podemos fazer para ajudar no processo da cura espiritual, quando a alma foi manchada pelo pecado.
Uma receita divina para esta cura foi dada por nosso Pai Celestial, tendo implicações de importância eterna. Enumerarei os ingredientes desta receita conforme foram dados pelo Senhor a Seus servos e a Seus filhos.
O primeiro ingrediente é o reconhecimento da causa da doença espiritual. Chamamos a isto, na cura do corpo físico, de diagnóstico, e ele é feito após a elaboração de histórico detalhado e de exames clínicos. Na cura espiritual, isto é chamado de confissão. Um exame atento e regular de nosso eu espiritual não é apenas valioso, mas também necessário. A confissão dos próprios pecados é sempre necessária quando há uma séria transgressão. Um bom começo é a entrevista com o bispo para se obter a recomendação para o templo. Ela não é muito diferente do histórico requerido pelo médico antes de fazer o diagnóstico.
Qual a nossa posição perante o Senhor? Estamos satisfeitos com nossa espiritualidade? Gostamos do que vemos? O Espírito Santo é nosso companheiro? Reconhecemos seus sussurros? As respostas a estas e outras perguntas semelhantes ajudam-nos a diagnosticar qualquer enfermidade espiritual que tenhamos.
O segundo ingrediente é uma profunda contrição e um profundo remorso por qualquer coisa errada que detectemos. O Salvador menciona isto quando diz: “E me oferecereis como sacrifício um coração quebrantado e um espírito contrito. E todo aquele que a Mim vier com um coração quebrantado e um espírito contrito, Eu o batizarei com fogo e com o Espírito Santo”.
Contudo, a tristeza e a mágoa, em si mesmas, não constituem a cura espiritual, embora quase sempre acompanhem o pecado e a transgressão.
O terceiro ingrediente é pedir perdão àqueles que foram magoados por nossa transgressão. E eles, por sua vez, precisam perdoar, como afirmou categoricamente o Senhor: “Eu, o Senhor, perdôo a quem quero perdoar, mas de vós se requer que perdoeis a todos os homens”.
Quarto ingrediente: É preciso que haja total abandono do pecado. Muitas vezes vejo pessoas que se arrependeram escorregando para seus velhos caminhos pecaminosos. Quando isso acontece, os pecados dos quais a pessoa se arrependera voltam para ela, que, afinal de contas, talvez não se tenha mesmo arrependido. Lemos: “Eu, o Senhor, não vos culparei de nenhum pecado; ide e não pequeis mais; mas à alma que peca, retornarão os pecados anteriores, diz o Senhor vosso Deus”.
Quinto ingrediente: É preciso que haja submissão a todos os mandamentos de Deus. Isto significa que as pessoas que são culpadas de sérias transgressões e que se arrependeram, na verdade não se arrependeram até que comecem a pagar o dízimo integralmente, ou que tenham vencido problemas relativos à Palavra de Sabedoria, sejam moralmente puras ou santifiquem o Dia do Senhor.
Sexto: É preciso suplicar misericórdia ao Senhor, pedir-Lhe forças e perdão até que se receba, por meio do Espírito Santo, uma “paz de consciência”. Esta é a essência da expiação de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O ingrediente final, número sete: É preciso que haja fidelidade e que o indivíduo sirva pelo resto de sua vida mortal. Estes sete ingredientes são a receita da cura espiritual e permitem que nos aproximemos do Senhor com “todo o coração”.
Peço que aqueles que necessitam dessa cura espiritual sigam esta receita divina do Salvador. Vinde a Ele. Reconhecei vossos pecados. Arrependei-vos totalmente. Deixai que os líderes do sacerdócio vos assistam. Sede longânimos e pacientes. Suplicai que a expiação do Salvador seja eficaz em relação a vós.
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